sexta-feira, 12 de junho de 2020

Sentinelas surdos.

Deus sabe de todas as coisas, e eu procurando o motivo desse sol brilhar; qual a poesia do vento balançando a árvore que pouco se importa e nada entende.

Sou covarde e fecho os olhos pro futuro, ouço tua voz e me inclino a chorar, a sorrir e pensar em viver...

O mundo pode estar desabando lá fora, e eu tenho a quem implora: certeza e compaixão de que o amor próprio pode muito bem se render e pedir perdão... afinal não há amor próprio maior que querer quem não nos quer; nos faz tão bem que fechamos os olhos para o sofrer.

Sou insensível e sonho com sementes que brotam meus desejos, ainda que fim de vida e fim de tarde, qualquer noite que acabe com a angústia de procurar solução nas ruas escuras e nos quartos vazios. Há um navio no meu peito que parte todo partir do sol, e cheiro do medo que exala quando estamos sozinhos, tem o mesmo tom de pele que me faz rir por outro caminho...

Ah saudade, que piada de mau gosto, ver em toda pedra de azulejo aquele rosto.
Meu peito  tem mais escombros que flores, ainda que eu não reconheça o quanto fui feliz.
E se por um minuto, ou por um triz, eu duvidar de tudo que fiz, que não foi por amor.


Mas ou menos um dia de viagem... Cá estamos: no meio da vida.




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