segunda-feira, 13 de maio de 2013

Meus Medos

  Clareia o dia na porta do meu quarto, espanto e alarde, falta pouco tempo para o tempo faltar, folheio revistas e crises existenciais, nada mais, quase tudo isso importa, e rabisquei no bloco de notas que me deu, mais uma das poesias sem vida, que nunca leu:


"Teu pranto me esquece em meio as preces, nunca onde correr, deveria ser encantos, mas prefiro o recanto dos cantos circulares dos bailarinos invisíveis do meu pensamento. E nunca espero acordar desse modo, procurando consolo na distração, destemido dessa vida que amedronta sonhos meus e nem teus braços me suportam, e quando da busca, contrita do perdão, receoso, por semelhança, era a bonança, de fim de tarde, que, por incrível que pareça, veio antes da tempestade"
            Como poderia esquecer de tudo isso, mas estes conflitos me perseguem, e a esperança é conforto, maior que meu travesseiro, e quantos ficam loucos, quantos poucos procuram entender, e eu não entendendo, sempre me perguntava, que faz o sábio acreditar nessa besteira, mas não encontro resposta, na verdade, imagino algumas coisas, mas nada perto do que poderia ser.

         E agora o destino nos carrega, feito papel em correnteza de chuva, que vemos passar no canto da calçada, por trás do vidro da janela, imaginando o frio lá fora, dobrando a esquina da nossa rua e descendo ladeira abaixo, coisa, essa, mais sem sentido, chuva forte e eu perdido, sem saber em qual chuva estar, se estou faz anos atrás ou se estou velho demais pra lembrar.

9 comentários:

  1. “Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará.”
    Disse Caio Fernando Abreu em um dos seus desabafos pessoais. E o seu texto me remeteu a essa frase. Sabe, ‘baby’, todos nós somos barquinhos nessa correnteza que é a vida. Somos barquinhos de papéis, frágeis demais diante das intempéries deste clima louco em que vivemos. Seguimos a navegar por entre essas águas, a mercê deste clima, pois sabemos que o mar há de chegar, mas que para chegar ao mar, é preciso passar por águas turvas de um rio frio e águas límpidas de um outro rio que irá aquecer. Seguimos porque é quase impossível parar a correnteza, e sabemos que se nos atirar às águas antes que o barco ancore, não teremos braços fortes o suficiente para nadar de encontro à correnteza.
    Tem uma coisa que eu descobri e que vou contar pra ti: só a enxurrada leva o barquinho para o mar, sem ela o barquinho não chega nunca, sem esses ventos fortes, sem essa tempestade bonita, o barquinho demoraria demais para alcançar as águas mais calmas. O barquinho não conseguiria alcançar um cais. Ser barquinho na enxurrada, requer paciência para saber admirar a tempestade, sabedoria pra entender que você pode ser amassado, rasgado e até afundar – porque nem sempre você consegue se manter sob as águas - até ser refeito. Ser um barquinho novo em folha, porque arrumar às vezes não basta, é preciso desconstruir para construir de novo.
    Somos frutos das correntezas que nos levam, nos moldam, nos lavam e nos refazem, que nos ensina a abrir a janela em um dia depois da tempestade, e vê que um céu, que já foi negro de dor e vermelho de paixões que fizeram mal, hoje é só azul iluminado e enfeito com um arco-íris brando.
    Ser barquinho é a eterna busca pelo cais. É pensar que achou um cais, e este desmoronar, nos lançando novamente ao mar e nos deixando sem rumo. Ser barquinho é se perder por entre águas, mas sempre encontrar alguém pra navegar também.
    Ser barquinho é relaxar e deixar fluir; é navegar e saber seguir; é afundar e depois emergir; é chorar e assim sorrir; é ancorar e saber despedir... é abraçar para poder partir!

    ResponderExcluir
  2. Não gosto de Caio Fernando, por que? Deus sabe, só não gosto.
    Eu não sei nadar, por isso reluto a pegar barcos, e mais, barquinhos? DEUS É MAIS!

    ResponderExcluir
  3. Porque você é frouxo demais, até para imaginar poeticamente o que é 'ser barquinho'.
    Não citei Caio para você gostar, sei que não gosta, citei porque eu gosto, porque o texto me lembrou essa frase. ;)

    ResponderExcluir
  4. HEUhEUH, vlw ai bruta. como sabe que eu n gosto, e sim, sou frouxo, hEUHEUHEUH...

    ResponderExcluir
  5. Frouxo,eu concordo plenamente.
    Meu jovem, o mundo é grande,gigantesco,para suas frescuras,acorda que ainda é tempo,deixa o vento te levar, sem relembrar o passado,deixa os medos de lado e seja feliz,mesmo que seja ,garanto que seria ainda mais se deixasse esse medo.
    Abraço.
    Belo texto!

    ResponderExcluir
  6. minhas frescuras sao grandes demais para o mundo entender... e só pra vc saber,e se o mundo é grande ja dizia Raul "Cada um de nós é um universo"

    ResponderExcluir
  7. Existe sim,quando paramos um pouco para refletir,para filosofar,se esse é o termo correto,mas estou te dizendo isso ,pois quero seu bem,apesar de não desejar mal para ninguém,mas o mundo é cruel demais ,para ter somente o nosso universo.
    Bruto!

    ResponderExcluir
  8. e viva as pipocas doces, que apesar de serem feitas no sal, doces são

    ResponderExcluir
  9. kkkkk gostei dessa willix...

    ResponderExcluir