domingo, 31 de julho de 2016

Alcateia

Vejo gente em movimento, por um momento fico a observar, quieto e calado, achando-me até superior, que sem sorte sou eu que não sabe de nada que passa em cada coroação.
Não vejo você em meu caminho, não sinto tuas promessas contemplar as lágrimas que outro dia derramei, sem nem saber o porquê.
Olha essa angústia que estraga teu dia, que te aperta o coração e te faz travar em amargura nas tardes mais solitárias de agosto. Presta atenção na solidão, que não sabe onde ir sem levar consigo toda essa inquietação. São dias difíceis não é? Quando tudo que vem na cabeça é seguir em frente, mas está sentado, cansado demais para se decidir, buscando a mudança, que te estende a mão para caminhar, só que não é tão fácil assim.
Ainda que se engane, que por segundos pense nada de ruim irá acontecer daqui pra frente, você sabe que o tempo é inimigo, que as oportunidades e as incertezas são hostis, e quando toda calmaria trouxer lembranças, ai sim farão-te mal de novo e de novo...
Não há como se resguardar, se trancar dentro de si ou tentar -fingir- esquecer, toda dor tem sua própria decepção para se preocupar.
Cada dia que passa é um dia que passou, sendo certo que a certeza que consome nossos peitos, não fará esquecer por um segundo os erros que podem durar uma vida...  . E aquelas promessas, nunca cumpridas, era tudo que eu tinha, e hoje, nelas não me apego, porque sei que a vida é muito mais que esperar das outras pessoas, é, sobretudo, esperar de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário