sexta-feira, 29 de julho de 2016

Crimeia.

Sem distinguir a distância e o sono, o até logo ou o abandono, eu me desamarro fio de cobre, dessa saudade que me cobre da cabeça aos pecados.

Eu infantil e sofredor de minhas angustias, arredio e mal agradecido quando posso, me esforço para viver em dias e ruas esquecidas, para que ao andar de cabeça baixa não reconheça ninguém, tratando minha rotina como mulher amada, e cada passo dado como certeza de que não há o que esperar.
Não estou dizendo que me falta esperança, temia que dissesse isso, mas é que nos olhos dos que me viram as costas arde o indiferença. Errado nessa minha crença de acreditar no passar das horas, apressado em rimas fáceis para acabar o poema, me esqueço do que grita dentro do peito, feito sujeito fácil e de sorrisos comprados, me inclino a dizer tudo que queres ouvir, quando na verdade, de verdade, não queria dizer uma palavra sequer.
Se quer me ouvir depois das seis, me encontre no fim de tarde qualquer, lá estarei eu, por-do-sol, firme e sem propósito, lá serei eu, marinheiro de minhas próprias águas mansas, porque no mundo que eu criei para mim, tudo deu certo, só que de repente, nesse meu mundo- e foi quando tudo começou a desandar- muita gente começou a chegar...

2 comentários:

  1. Tinha perdido o seu blog, reencontrei, que bom, adoro suas escritas. Me identifico um pouco em cada uma delas, algumas me fazem sorrir, outras dão vontade de chorar, mas pelo seu encanto. Parabéns, continue assim! Sucesso!

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  2. Que bom que reencontrou!!!!
    Obrigado por gostar do que escrevo, fico grato, de verdade.
    Obrigado pelos elogios, não sei se mereço, mas mesmo assim fico contente de despertar algo-em alguém- com o que escrevo, te contar um segredo: SINTO AS MESMAS COISAS QUE VOCÊ, quando leio rsrsrs.

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