segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A triste história da feliz Mary Jane


“Ela tinha olhos indecisos, e pra sua indecisão escolhia coca-cola no fim de tarde e quando decidida, cerveja era boa pedida, que parecia dessa vez ter o mesmo gosto de qualquer desilusão. Tinha lá seus defeitos, e quando eles geravam efeitos, relaxava do jeito que podia, a fumaça subia e ninguém percebeu? Até que então dizia “ok destino você venceu”. Ela dizia que a preguiça era maior que a distância, mas não media esforços pra dar carinho a sua cria, podia ter pouca idade, mas já sentia o peso da responsabilidade de ser mulher quando queria ser menina. “Que vida ingrata, podia agora estar enchendo a cara no show de uma bandinha de rock qualquer” Tinha que tomar conta da filha, que acabou de adoecer, o jeito então é se contentar com MPB.
Achava tudo tão lindo e o tempo corria, ela corria também, mãe sem pai por opção, mãe aos vinte dois por acidente, e quando lembrava que não queria lembrar nem um pouquinho; se embriagava com vinho. E assim levando a leveza de viver, com todo o peso nas costas no fim do expediente se via indecisa do que fazer da vida, enfim, então bebia coca-cola em mais um final de tarde sem fim.”

“Vou alugar meus olhos ao infinito e dormir.
Dar margem aos meus heróis existirem e sonhar...”

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