segunda-feira, 2 de julho de 2012

Espera(ança)

Eu estou sentido um aperto no peito, como se não tivesse jeito para não chorar, sinto que mais uma vez vai se repetir, e descontrolado eu começo a perder os sentidos. Cada minuto que passa a tortura aumenta, e quem aguenta? Esperar que tudo vai melhorar, mais uma vez, e pela quarta vez essa semana, teu olhar me engana. Preparado percebo que tudo é solidão, das vozes fora do meu quarto, das vozes dentro da minha cabeça, meu olhar é um mundo a céu aberto, minha espera(ança) é desafeto, que não cresce dentro de mim.

Não há vida, sem sinais de vida, e a estrada escura pousa sentinelas, vindos de todo lugar, lindos de todo olhar, limpos de tanto voar, de todas as cores que se pode imaginar, lanças e túnicas, e vejo agora a oportunidade única, de mais uma vez ir embora deste lugar de cabeça baixa, pois mais uma vez me deixou esperando...

E nada do que dizem me atrapalha, pode o mundo explodir lá fora, tenho uma erupção dentro de mim, que preciso controlar, por isso, às vezes, me acham aéreo, fora do real, é que aqui dentro travo batalhas intermináveis, porque só eu sei quantos pensamentos ruins tenho que vencer pra sorrir quando me pedem desculpas, pra dizer que está tudo bem quando me arrancam a felicidade, só eu, só eu e mais ninguém, só eu sei como é ter que acreditar quando me diz "dessa vez eu prometo". Só eu sei como o esforço é sobre-humano, pra continuar acreditando nessa espera(ança)

Um comentário:

  1. http://wilixgabriel.blogspot.com.br/2012/02/carta-aos-vencidos.html ( muito bom) é pra quem eu imagino?

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