quinta-feira, 19 de julho de 2012

Poetas choram e fazem chorar.

Calei-me a noite ao som das sombras, me é esquecido meu penar.
Posto à prova, teu pranto, de que se espanto o esquecimento lunar.
Sei que é cristalina, me recordar, da noite fria que fazia esse vento passar pela porta, que lenta rangia, me tirando o sono.
Sentei a beira da cama, ainda desnorteado, mão no rosto, molhado, olhando o chão fosco, cansado, deveras cansado, faltando a mim mesmo sem ânimo para pensar como não ter pensado.
Estando e tendo me entregado tal fácil a tristeza, mergulho mais fundo para compreender, se cá estou, serei eximiu conhecedor dos males meus.
 Se é isso, e tão só isso, que me resta, ser  sabedor do profundo mal que sobrou.


Me deixe falar demais, só assim me completo na falta das palavras, se me falta assim atenção, dou-me o que não encontro, e todos nós somos assim, de sobra é exatamente o que nos falta, do mais carinhoso que padece de carinho, do mais livre que prende passarinhos, somos nós, tão livres quando somos e tão patéticos quando nos falta, e se temos de sobra não há valor para dar, pois valor, infelizmente, valor realmente só quando não temos.
Dispomos de pouco tempo para ser perfeição, e nessa busca do que nos falta, faltamos com alguns, e quando completos em parte, partimos para outra busca, e a vida, meu caramada, é bem assim, essa busca incessante de ser completo, e nunca dá tempo...pois sempre falta algo para completar.



( Que ela não me ligou, que a gente não conversou, que até agora não sei falar, que só queria ouvir sua voz, e o silêncio também dói, como um tapa no rosto, pois o  pior de tudo, de todos e do que conheço é a indiferença, que gera saudade)

"Você poeta? Faz-me rir, alias, não faz-me chorar" Wilix Gabriel.

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