Obscuridade

Não me sinto seguro pra segurar a tua mão, não respondo rápido as perguntas mais simples, por pensar que há perigo nas coisas mais singelas, há perigo no teu olhar, no que você pode me dizer, e há também no que não pode me dizer.
E tento me concentrar para fazer frases de efeitos, por isso decidi soltar meus pensamentos.
Agonia no peito pula pra angustia, e vontade de chorar, não choro porque a vontade não é o suficiente.
O telhado é meu companheiro, de meus temores e receios, de saber que tudo era exatamente igual ao que eu temia, mas continuam os dias doloridos, os arcos coloridos e a “iris” dos olhos meus dão no cinza dos teus. Se não era pra florescer, porque nascer flor? Se então amores de carnaval são sempre no verão, que calor faz agora. E eu sentido frio, nesse quarto, vendo o tempo passageiro, ah sim, esse também, outro companheiro.
A espera de uma voz, que desate nós na garganta congestionada de melodramas, sem mais, eu prefiro esquecer isso, esquecer tudo, pra voltar pra meu refugio, fechar minha janela, e não te ver mais uma vez indo embora feliz, com o sentimento de ver cumprido, de alimentar esse sentimento, janelas e portas trancadas, espero a noite, na mesa velha, na cadeira velha, deito na cama, olhos bem abertos.. olhando o telhado...
Natural, minha alma dói volta e meia.

"Me da um alô, me da uma noticia, é caso de policia, essa malicia que tem teu olhar, é caso de chorar essa falta que me da, essa distancia do meu corpo do teu abraçar."