quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A janela do fundo


“Pretendo reviver, sem meios comuns de ter um dia sem dores, nas quais os sonhadores necessitam da noite, pois com está choram, e mesmo sendo triste a amargura, já não suportam ficar sem sofrer ao anoitecer, e por janelas e campos espalham seu olhar distante, seja na chuva ou no cair do sol, seguindo para seus deveres, e não te deixam dormir, e encostam suas cabeças no vidro molhado e as árvores quietas não sabem do que sentem, nem poderiam. Esse caminho que percorro dentro de mim, revivendo assim, tudo que penso em não ter presente, e se acostumam com esperar, e exigem entregar, nas mãos de quem tem mais o que falar, e não sabem que dor não se devaneia, nem espera outro dia.
Pretendo nascer em meio aos mesmos campos verdes, no fim de tarde mais lindo de setembro, que não me fará esquecer até chegar à primavera, toda assim sem flores.Por dias esperando a brisa bater e finalmente quando chegar ao rosto desatento, virado para o outro lado, com os olhos fechados, para a brisa que suave toca e retorna, só então me fará abrir a vista do horizonte, que conhece todas as lamentações, pois pelo tempo , pelo mar, pelo chão, asfalto quente, eu sei que não existe a distância, só a vontade de nunca estar perto.”

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