Eu (não) me sinto feliz...

Não é que gosto de sofrer, fazendo uma autoanalise descobri que a verdade é que busco a perfeição de qualquer coisa, e não consigo me ver envolto em uma felicidade, que a mim parece pouco, mesmo aos olhos alheios é a “felicidade que pedi a Deus”, mas exijo, mesmo sem ter o direito, a perfeição para o que se faz presente.

Às vezes me finjo feliz, por mais que estranho que pareça, para não ter que dar explicações. Finjo estar tudo bem para não ter o dispêndio de explicar minhas dores, que geralmente são sem explicação. É estranho falar assim de mim, diretamente sobre mim, sem usar sentidos figurados, mas hoje precisei me abrir um pouco, só espero que não fique longo.

Mentiras e mancadas; minto sim, não que seja sempre, minto por proteção minha, preciso fingir que o que fazem pouco me importa, mesmo isso ando me decapitando por dentro, talvez pela sinceridade exagerada, pela vontade de sempre ser o centro das atenções, eu cometo mancadas, e para sair delas, minto, ou minto e isso é uma mancada, enfim, sei que às vezes, ta bom... Sempre falo demais, nos dois sentidos do “falar demais” e me enrolo, mas não é por maldade, ao menos não sempre.

Das verdades; tenho minhas verdades e delas faço minha fortaleza, e por não ter sempre para o que lutar, jogo minhas verdades na frente do peito e uso como escudo. Minhas verdades não são sempre verdadeiras, basta que as crie, é o suficiente.

                Do amor eu sei pouco, sei que prefiro o ciúmes e a vontade de chorar, não sei o porquê, sei que é assim, e pouco me importa decifrar minha personalidade.

                Por diversas vezes eu quero saber mais que as pessoas, e não é raro me ferrar, mas já estou acostumado, a isso e a soltar piadinhas e ser repreendido ou pegar algum “mais experiente”, já não me incomoda nada disso.

                Sou de guardar rancor, de sentir-me bem quando quem me fez mal sofre, mas isso é repudiável? Sim, mas e daí, quem não gosta de vez em quando?

                Queria ter o poder de controlar as pessoas, assim viver seria tão mais fácil. E por hora é bom parar, já disse demais de mim, e pra não perder o costume, um texto meloso e romântico:

“Sei que escreve pra mim, sei que tem carta escondida, de anos e amores, que sente por mim, o mundo pode ter separado nossos corpos, mas estes se reclamam, pode ser que o que deixamos a cargo do destino fique para sempre esquecido, e que o frio do fim a vida enterre para nós o lastro desse amor, mas se põe em balanço o passar dos dias, das estradas longas e distantes, não guarde a esperança para todo acaso, o viver não contém atraso, veja-me logo, ou se não puder, me diga que quer me ver, que daí pra frente é outra história...”