domingo, 3 de junho de 2012

Paz do peito


Mais uma vez eu me escondo nas letras, lagrimas presas que quase molham o papel.
Não quero suas delongas, suas desculpas, eu cansei de ser uma pedra, uma fogueira que te aquece no frio, e quando o dia acorda, cá estou, sem paz no peito. Enquanto você, sequer sabe o que se passa nos meus pensamentos.
Não é que seja raiva de você, não, é dor por mim, é sempre assim, tolos que se entregam demais, e o relógio corre depressa, e impressiona a vontade de ir embora, do desejo de sair, de não querer, de não ter alegria, de desconcentrar e renegar a companhia, tudo bem, não irei para festa,  não por falta de vontade, mas por falta de paz no meu peito.
Existem pessoas que se importam com seu destino, e buscam incessantemente sua felicidade, sem se importar quantos ficaram para trás, quantos sentiram-se mal, e quantos lágrimas foram trocadas por sorrisos seus.
Em pensamento descubro que erro facilmente, e minhas ações são repudiadas pela minha razão , na manhã seguinte me pergunto “afinal o que estou fazendo comigo mesmo?”
A resposta vem ao anoitecer, ao andar, caminhos de pedras luminosas e flores coloridas. Resposta que não traz certeza, nem tranquilidade, anoitecer que só consigo escuridão, caminhos distantes e tortuosos, flores com espinho, espinho em toda flor, e não posso dizer que não sabia, mas quando fui perceber, já não tinha outro jeito, mais uma vez alguém retirou minha paz do peito.



"Aos dias ruins contemplo a noite sozinho, abandonado até por mim, e sem forças, sem conseguir segurar a lágrima, me derramo em mágoas minhas, por seguro de outro coração, é vento sem direção é cais de praia ancorada, é exatidão de estrelas, é qualquer explicação sem fundamento, é descontento, é ter certeza que não te querem por perto, é clareza de que mesmo por perto, ainda assim naõ te querem. Se o relogio diz a hora certa de se partir, a noite revela no breu que, as vezes, as pessoas não se importam com quem sofreu."

3 comentários:

  1. "Tomara

    Que a tristeza te convença
    Que a saudade não compensa
    E que a ausência não dá paz
    E o verdadeiro amor de quem se ama
    Tece a mesma antiga trama
    Que não se desfaz

    E a coisa mais divina
    Que há no mundo
    É viver cada segundo
    Como nunca mais..."

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  2. AH vinicius, ahhh vinicius *.*

    De tudo, ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento

    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em seu louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento

    E assim quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama

    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure

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