Como as histórias de amor começam

As pessoas mudam! Como assim as pessoas mudam? Isso não é tão simples, afinal a gente afirmar que as pessoas mudam, implica dizer que nós também mudamos, espera, agora a coisa mudou...
Começa agora a história de amor de cada um:

“Ela acordou às três da manhã com um suspiro suspeito no peito, ruim, talvez, na verdade nem ela sabia. Mas sabia que hoje era o dia que ele seria solto, e poderia enfim descobrir tudo, ou ter certeza do pior...
Fazia quatro anos que não se falavam, e ela sabia que a culpa era dela, ou pelo menos as circunstancias faziam com que fosse. Levantou cedo, e ficou esperando o bater da porta, esperando ele jogar tudo na cara dela, o tempo sem procurá-lo,ou seja, esperando sempre o pior...
O dia passou devagar, e por diversas vezes alguém chamava à porta, nunca era ele, mas mesmo assim o coração dava solavancos, não sabia se ficava feliz, pois ele podia entender ela, de um jeito maluco, entendê-la, mesmo ela não entendendo, e dizer que a ama e que tudo passou ou terrivelmente preocupada, pois sentia que poderia haver sorrisos, mas quando lembrava o que aconteceu, de não ter certeza do que houve. Realmente ela só conseguia pensar no pior...
    Por volta das sete da noite uma batida seca à porta, sabia que era ele, só ele batia uma vez e tão rápido. Não de pressa, ou medo, era apenas o jeito dele.
    Ele ainda estava bonito, mas o tempo deveria ter feitos marcas, afinal quatro anos não eram quatro dias. Abriu a porta lentamente, e ao tempo que abriu a porta os dois levantaram juntos a cabeça, e a imagem que ela fez dele era exatamente como era, bonito e com as marcas do tempo.
- Oi- e que “oi” pesado, um “oi” que queria dizer tanta coisa, muito mais do que as palavras poderiam dizer.
- Olha, me desculpe esse tempo todo, não ter te procurado, eu não tenho cabeça nem pra dizer, enfim... Oi-
- Não se preocupe, não vim aqui pra te cobrar nada, é que todo esse tempo preso eu não soube de noticias suas, só vim aqui pra saber se você está bem-
-Já sei o que quer dizer, quer dizer, que não te procurei, que não quis nem saber se estava vivo ou morto-
- Não se preocupe, como disse, não estou te cobrando, só estava preocupado com você, achei que tivesse acontecido algo-
- Amor, ainda posso te chamar assim? Eu fiquei em duvida todo esse tempo se foi você mesmo quem fez aquilo, por isso não tive coragem de ir te ver-
- Agora vejo que está bem, preciso ir, tenho muito tempo pra recuperar e coisas a resolver-
- Ei! Espera... Ainda vou te ver?-
- Você teve quatro anos pra me ver quando quisesse, agora tem uma vida inteira pra continuar na duvida que teve durante quatro anos-
Ele pegou sua mochila no chão, olhou pra ela com um olhar sem ternura ou raiva, apenas olhou do jeito dele. Ela achou que ele realmente só queria saber se estava bem, afinal, as dores e magoas não superam o bem maior, a certeza da vida de quem se ama, sem esforço jogou sua mochila nas costas e andou deixando o vento balançar seu casaco branco e sujo.
Ela ficou na porta encostada no batente olhando ele desparecer na rua larga, sob a meia luz dos postes. Até que ele sumiu, e ela não sabia se pra sempre ou não, pra onde ou não, e doeu saber que tinha quatro anos, de certeza que podia ver e na duvida se queria, ponderou realmente sobre o que aconteceu, e desejou do fundo do coração que tivesse, pelo menos, acontecido o pior...”

Bom gente, teve a breve idéia de fazer uma historia, mas não sei se levo isso à frente, me digam o que achou, o que pensam.. Abraços