terça-feira, 14 de setembro de 2010

M.

Desperto, esperto, demais, e as perguntas que me fazem, ora, hora, quem ora, agora, espera a resposta mais inteligente que, por conseqüente, não posso dar. Incrível que ressaltar o ego feri qualquer outro sentimento, e com ou sem seu consentimento, eu fico sem reação. E percebo quase que sem vontade que na verdade, era tudo mentira, e quem atira à rosa deixa escorregar entre os dedos os espinhos deixando o rastro de sangue vermelho no ar rarefeito, como sinônimos antagônicos, a essência do que é se dissolve por completo, e seu olhar repleto de justiça, me incomoda, incomoda é saber que ver e falar é muito mais difícil do que sentir e agir, e na comodidade de sua cadeira você separa as pessoas, segrega, infantiliza, demais, espere um pouco, ou nada mais.Ela me contou seus segredos, fiz deles confusão, vi lágrimas, arrependimento, sofrimento, e como se fosse premeditado, teria eu que ter imaginado, fingia domínio da situação, fingia que nada lhe preocupava, fingia que tudo estava sob seu controle, fingia que tudo ao seu redor conspirava a seu favor, e eu enlouquecido pelo tempo nem me dei conta do horror. E eu respondi a pergunta mais fácil de um jeito difícil, deixei mais uma vez a neutralidade neutra e como uma doença que me persegue, cheio de dor, mágoa, falei como se fosse o meu ultimo dia de poeta, escritor, cantor, comunicador, enfim, ultimo dia de ser humano. Fiz brincadeiras, sem que alguém diga, sem sentido, pessoas nas cadeiras, e ainda penso que tudo isso se torna menor, quando lembro o autor da pergunta que não me fizeram, e isso não se configura problema, dilema, apenas recompensa, e há quem pensa que seja diversão, me aproveitar, depois pedir repetição, acho que passei dessa fase de esoterismo, o horóscopo me deixou na mão, uma mancha de tinta negra, e só dizia “Sorte no trabalho que o resto os astros farão”.

Preciso dizer para ela, que tudo que fez, sei que foi por coação, afinal como me disseram que no seu lugar o mesmo fariam, e mesmo dizendo onde me encontrar, não fico magoado, queria vê-la , mas é mais que isso, infelizmente terei que deixar, mais uma vez, o tempo agir, me preocupa essa minha preocupação, mas ela de jeito algum teria como falar comigo. Lembro quando descansou no meu peito, me mostrando o quanto o amor existe, mesmo que não existisse, e me queria por perto não importa a hora, e chorou, e sorriu, e brincou, e fingiu, e me deixou feliz. Guarda então a lembrança, esperança, que o que segura teu cabelo agora sustenta meu coração.



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