quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Relicario

“Meu time fez 100 anos, minha cidade está em festa, e eu to no clima.

Conheço um monte de gente que esqueceu a essência da festa, e eu nunca nem soube qual é essa essência, mas é legal, ver gente, se movimentando, e por mais que digam que não estão animados é só ver os cavalos, as pessoas, a musica, que o coração dispara, se arrepia dos pés a cabeça.

Lembro dos meus anos passados, como meus pais sentavam num bar e outros parentes chegavam montados, e aquilo era mágico para mim, pois o que mais me importava era tomar uma tubaína de laranja e comer amendoins velhos,e os velhos donos do bar nem se importavam quando a gente corria derrubando tudo, eu e meu irmão com aqueles conjuntinhos quadriculados, sem dente na frente, sorrindo mesmo assim.Choro, ao lembrar.

E de repente ouve-se ao longe o aboio, não entendo, nem ao menos gosto, mas é uma onda sem igual, e vejo um mundo de cavalos e gente, gente conhecida, metida, legal, banal.È muito legal, eu olho para o meu irmão e vejo os olhos dele brilhando, e fico feliz por ser criança, de ter a esperança de um dia ta lá, montando num cavalo branco com crinas enormes, o tempo passa o sonho se vai, mas sempre dá um arrepio quando chega perto, e a gente esquece de tudo que passa e lembra de tudo que se passou, sinto tanta falta das vaquejadas que se passaram, nas quais não tinha liberdade total, mas era livre para ser menino.”

Não me conte seus problemas, nada de tristeza nem de dor, mas se quiser me contar, prometo transformar tudo que me disser em AMOR.



"Alecrim, alecrim dourado, que cresceu no mato, a flor mais bela do jardim"

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